"O gato é uma lição diária de afeto verdadeiro e fiel. Suas manifestações são íntimas e profundas. Exigem recolhimento, entrega, atenção." (Artur da Távola)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

28/10/2010 (Chegando em casa)

Eu e Marcos fomos buscar a Lori. Passamos o dia ansiosos, e ao chegar na clínica, fizemos umas comprinhas básicas, afinal precisa haver uma mínima estrutura para receber a nova moradora. Entenda-se: Caixas de areia e comida, ração, etc.
A Dra. trouxe então a Lori com dois corações brilhosos grudados na testa, e muito cheirosa também. Não entendi, pois achei que era um macho, mas achei engraçado, e entendi como um gesto carinhoso do pessoal da clínica, sempre muito atencioso. A Lori vinha toda abertinha, se escanchando no pescoço da Doutora, e logo que veio pro meu colo, fez o mesmo comigo. Claro, um bichinho enjaulado por dias, sem enxergar nada, sendo passado de braço a braço... E aí fiz as perguntas de praxe à veterinária, para depois sair com a Lori cheirando meu cangote. Fechei os vidros do carro para que ela não se assustasse, e para minha surpresa, ela ficou quietinha sem sequer miar. Talvez acostumada com a barulhada lá da clínica. Passei na casa da minha mãe para apresentar a nova “netinha”, pois a “vovó” estava curiosa para ver a gatinha cega! Lá a Lori continuou agarrada no meu pescoço, e o coraçãozinho acelerado, com certeza sentindo medo do que poderia estar acontecendo!
Chegando em nossa casa, fui logo tratando de apresentar ela aos 03 irmãos, que reagiram razoavelmente bem, considerando que a Mel(a mais velha), de quem esperávamos a pior reação, ignorou ela categoricamente, e a Rubi e o Dudu (os mais novos), só sopravam e saiam de perto, ou seja, nada de ataques. Colocamos então a comida e a água, e levamos ela para perto das vasilhas, onde comeu um pouquinho, e logo descobriu onde ficava o cantinho atrás da porta, e claro que cuidou de se esconder lá. Aí veio a primeira dúvida: “Como ela vai saber onde deve fazer o nº 02?”. Meu marido disse pra eu relaxar, que deixasse ela fazer onde quisesse, no início, que com o tempo seria educada. Mas eu não concordei, pois sempre li que mudar hábitos de animais é muito mais difícil que educar eles desde novinhos, assim levei a pequena pra dentro da caixa, onde pra minha felicidade, ela fez suas necessidades lá mesmo. E aí veio a conseqüente preocupação: “Reconhecer a caixa de areia ok, mas como vai conseguir percorrer o caminho até ela?”, e então eu fiquei na responsabilidade de ficar levando a bichana no “banheiro” de vez em quando, pois com ela escondida atrás da porta, não tinha como descobrir o caminho tão rápido.
E assim foi o primeiro dia da Lori em sua nova casa. Recolhidinha em seu canto, para se proteger das novas “ameaças”. Deixei também ela dormir lá mesmo, pois não teria como colocar em cima da cama, já que se ela resolvesse descer com a gente dormindo, poderia levar uma queda grande, e também não daria pra colocar no quarto, pois vendo ela tão interessada em se esconder, fiquei com medo que se escondesse debaixo do guarda roupa e não saísse mais, pois o mesmo é bem estreito. No final das contas, deu tudo certo, pois a danadinha nem reclamou de nada, e nós estávamos dispostos a respeitar o período natural de adaptação.

Gisele.

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